Seria prepotência de minha parte fazer tal afirmação pois o crime é fruto de vários fatores sociais. O problema é que a interferência da impunidade nesse cômputo geral tem um destaque inigualável.
Fique comigo até o final e tire também suas conclusões sobre a impunidade no Brasil.
Partindo da premissa que o exemplo é a melhor forma de educar, que educação terão nossos filhos e nossas crianças em geral para uma vida na prática dos bons costumes e do bom convívio social? Que exemplo estamos permitindo que eles conheçam para que entendam o que realmente é certo ou errado?
Lembrando que estamos no Brasil e portanto nossa história pregressa é farta em fatos onde a impunidade sempre teve palco na vida dos brasileiros a pergunta crucial e que não quer calar, é: Mas até quando?
Quem me ouve pela primeira vez pode até se assustar com esta afirmação e realmente é uma questão que assusta qualquer um que tenha em sua vida o culto aos valores morais como regra de educação para os filhos.
E como a impunidade sempre esteve presente, sua atuação nos dias atuais chega a ter ares de deboche, de cinismo. Não faltam “memes” viralizados na internet.
A maneira como lidamos e reagimos com a situação de violência urbana é um exemplo claro do que estamos falando.
Violência que ceifa vidas de inocentes a cada minuto no Brasil por bandidos que já foram presos “inúmeras vezes” (grifo nosso) está parecendo rotina e o pior, estamos nos acostumando de tanto ver e ouvir falar desses fatos que parecem ser admitidos como normal.
Somos de uma geração onde acontecimentos como esses nunca foram encarados como normais, apesar de sempre terem existido, ocorre que o volume de hoje chega a patamares tão assombrosos quando transformados em números que beira a banalização.
O fato é que os nossos filhos e netos estão crescendo nesse ambiente hostil, de violência e insegurança e não será difícil criarem opinião diferente dos valores morais de preservação da vida.
Somos seres gregários, precisamos viver em sociedade e para que essa convivência seja pacífica e tenhamos ordem pública é necessario um regramento, leis que estabeleçam o que não pode ser feito.
Nossas leis são proibitivas e aqueles que não conseguem viver em harmonia com seus semelhantes, que estejam à margem da lei “DEVEM” sofrer uma punição (não física como outrora) mas como forma de evitar que isso aconteça novamente e deixe claro para outros como exemplo se seguirem esse caminho.
Matar, roubar, agredir, a princípio são proibidos por lei com a finalidade de proteger a sociedade mas, que leis são essas que não cumprem seu papel?
Esse mimimi… de dizer que nossa legislação é boa mas não devidamente aplicada… me desculpem aqui os doutores da lei; falo sobre fatos e não sobre interpretações.
Diante do que sempre afirmei, que segurança pública se inicia com a educação básica que damos para nossos filhos, raciocinem comigo diante dessa analogia, cuja autoria desconheço e considero extremamente pontual, intitulada:
Como criar um deliquente
- Comece na infância a dar a seu filho tudo o que ele quiser. Assim, quando crescer, ele acreditará que o mundo tem obrigação de dar-lhe tudo o que deseja.
- Quando ele disser nomes feios, ache graça. Isso fará considerar-se interessante.
- Nunca lhe dê orientação religiosa. Espere até que chegue aos vinte e um anos, e decida por si mesmo.
- Apanhe tudo o que ele deixar jogado; livros, sapatos, roupas. Faça tudo para que aprenda a jogar sobre os outros toda a responsabilidade.
- Discuta com freqüência na presença dele. Assim não ficará muito chocado quando o lar se desfizer mais tarde.
- Dê-lhe o dinheiro que quiser. Nunca o deixe ganhar seu próprio dinheiro. Por que terá ele de passar pelas mesmas dificuldades por que você passou?
- Satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida e conforto. Negar pode acarretar frustrações prejudiciais.
- Tome partido dele contra vizinhos, professores, policiais (todos têm má vontade para com seu filho).
- Quando se meter em alguma encrenca séria, dê esta desculpa: “Nunca consegui dominá-lo”.
- Prepare-se para uma vida de desgosto. É seu merecido destino.
Já viu ou ouviu algo desta natureza? Pois é….. Será que ser criminoso é questão de condição econômica, gênero ou raça? A regra geral é diferente. Pais assumamos nossas responsabilidades.
De uma gama de motoristas bêbados, traficantes que promovem o maior percentual de crimes contra a vida e agora com outra denominação “adolescentes em conflito com a lei”, pois não se pode mais chamar de menor infrator e “Deus me livre” de “menor bandido” aí com certeza o criminoso será você, temos um cenário já preestabelecido.
A seriedade sobre esse tema, “adolescentes em conflito com a lei”, cruéis, inconsequentes e irônicos deveria sair da “verborragia” de muitos que falam e se intitulam “especialistas” sobre o assunto.
Tenho certeza que nunca estiveram à frente de um deles com uma arma na mão ou perderam um filho devido a uma ação denominada “ato infracional similar a um crime” pois o adolescente não comete crime. Seria cômico falar sobre isso se não fosse tão trágico.
O grande debate que ainda se institui sobre a maioridade penal, não será pauta deste artigo mas sim de um próprio. O que registramos aqui é simplesmente a dicotomia existente entre o menor de 16 anos, que já tem maturidade para votar mas não tem maturidade para saber que matar ou roubar é errado.
Imunidade e Impunidade não são análogas mas se confundem quando a Impunidade vem à tona respaldada, por códigos penais e processuais cheio de brechas, chamadas “lacunas da lei” garantindo a quem contrate um bom defensor, seu salvo conduto para a liberdade – Imunidade à Lei.
E olhe que estamos falando sobre uma legislação criada para promover justiça. Será que quem está sendo cínico nesse momento sou Eu?
A justiça sendo cega o que mais nos amedronta é a injustiça pela falta de punibilidade de nossas leis. E não estamos dando voz ao jargão de que “a polícia prende e a justiça solta”, pelo contrário o Judiciário nada pode fazer além do que cumprir o que estabelem as leis.
Sei o que algumas pessoas quando lerem este artigo vão dizer: “Ao invés de construir presídios devería-se construir mais escolas”. Não estão de todo erradas. A educação é a mola mestra da formação de um cidadão. O que não se pode admitir é termos adolescentes “mal educados e bandidos”.
Nem tampouco faço apologia ao encarceramento como a única forma de se diminuir a criminalidade e a violência mas defendo sim que aquele que comete um crime “DEVE” ser punido e essa punição tem que demovê-lo de voltar a cometer novos delitos e a outros como exemplo.
Mas voltando ao tema deste artigo, a impunidade como gênese do crime no Brasil, é revoltante ao mesmo tempo que chega a ser cínico e cômico pelo que vemos acontecendo em nosso País.
Trabalhadores que levam uma vida para conseguirem construir ou ter algum patrimônio e verem isso de uma hora para outra se perder. Essa é a realidade vigente. ‘Está”, não afirmo que “é”, vantajoso ser criminoso em nosso país, ou seja, o crime está compensando.
O que precisamos é de um choque não só cultural mas também comportamental. A maior parte de nossa população é ordeira, pacífica, trabalhadora e quer paz. Estamos ficando reféns de uma minoria que vem aterrorizando a maioria. Somos o Brasil e o Brasil é mais forte do que tudo isso.
Precisamos mudar esse quadro e para isso vamos fazer deste canal um ponto de referência para discutirmos e formarmos opinião do que queremos para a nossa segurança, dos nossos familiares e para o Brasil.